segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

me tira do chão

me pega pela mão, me gira feito criança... me carrega de um lado para o outro, me seduz feito menina apaixonada, me encanta com um olhar meio discreto, me dirija da sua forma, apelativa, requisitada, impressionante! molda-me como massinha colorida, usa-me como enfeite... e me veja como a mulher do futuro.
Cria fantasias, inventa histórias e rasga fotografias, some... desaparece e deixa apenas um rastro, aquele meio apagado no caminho, que o vento fez questão de passar por cima, que o tempo ajudou a marcar e agora contribui para apagar as lembranças dessa história, que por tantos é compreendida como apenas o momento, mas que para um é mais que um simples acontecido, é a página que deixou de virar, é o livro que nunca mais saiu da estante é a fotografia que mesmo rasgada está presa a moldura empoeirada em uma escrivaninha numa sala escura onde ouvem-se as vozes, e os pedidos de perdão, o choro preso que não saia da garganta e as marcas das lágrimas caídas no papel rasurado, as velhas janelas que rangíam... e o folêgo, cansado, quase acabando, mas que nunca deixará a esperança sumir... em hipótese alguma, ela estará, permanecerá insistente... autoritária e mandona!

ps, voltando agora depois de algumas luas meio distante.
atenciosamente
Amanda Lima.

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